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quinta-feira, 5 de março de 2015

Fanfic: Bad Girls Don't Cry - Capítulo 6 -- Chloe

   Chloe não se lembra de um fim de semana sequer no qual passou com seus pais. Sr. e Srª. Puerto estão quase sempre viajando à negócios, aproveitando que a filha estuda em um colégio interno. Não se dão ao trabalho de voltar um fim de semana qualquer para Coralina's City. Sendo assim, na maioria das vezes, Chloe passa o fim de semana com suas primas Katherine, Louise, Miranda e Jade, na casa de sua avó paterna Annie.
   Suas primas são o tipo de garotas comuns, é claro, que gostam muito de falar de moda, garotos, música, etc. Porém, Chloe não é assim. Nunca foi, nunca teve de chegar a esse estágio da vida. Sua maior e única dedicação é ao fato de ser colunista e suas amadas fotos, não deixando tempo livre para nada menos que os estudos de ensino médio.
   Este fim de semana não seria diferente! Sairia no sábado, por volta de 7 horas da manhã e pegaria seu carro em casa. De lá, iria para a casa de sua avó. Agora, estava quieta em seu quarto, sozinha agora que sua colega de quarto saíra com o lutador Ethan Ritch. Enquanto o sono não vinha, resolveu ir revelando suas mais recentes fotos, tiradas dentro do colégio mesmo. Chloe quase nunca tinha uma foto de si mesma. A última que ela tirou foi quando tinha 15 anos, estava vestida para um baile de formatura no qual foi sozinha. Não tinha amizades, nem nada do gênero e estudava no Madrecruz mesmo naquela época.
   Revelou todas as fotos, arrumou as poucas roupas que tinha no colégio, organizou tudo. Separou um conjunto de roupa para sair no dia seguinte; sua camisa preta com estampa de caveiras, uma calça preta justa e coturnos de cano alto. Suas malas já estavam prontas e, sabendo que não havia nada mais para fazer, resolveu ir ouvir música, até que pegou no sono.

...
   Ao sair do Madrecruz, Chloe percebeu que a quantidade de alunos que ainda estava na escola era relativamente menor do que o que costumava ser nos anos anteriores. É, as pessoas estão mudando, pensou.
   Estava andando distraidamente, perdida em pensamentos, quando uma BMW X1 branca parou ao seu lado e o vidro excessivamente escuro de abaixou.
   -- Oi, desculpe, você sabe onde fica o colégio Madrecruz? – disse uma voz feminina vinda de dentro do carro.
   -- Sim. – disse Chloe – É no final da rua.
   -- Tenho que achar uma prima minha que nem nunca vi. Ela estuda lá.
   -- Qual o nome dela? Eu estudo lá, talvez conheça-a.
   -- Se chama Chloe Puerto.
   -- Eu sou a Chloe.
   No mesmo instante, a garota estacionou o carro e desceu. Sua pele escura contrastava com seu cabelo negro com pontas cinza e completamente liso, como uma índia. Usava um short jeans escuro, sneaker preto e uma blusa justa cinza, novamente ajudando no contraste total.
   -- Prazer, sou Mellanie, mas pode me chama de Molly. – a garota estendeu a mão para Chloe. - Sei que pode parecer estranho você ter uma prima que nunca conheceu, não é mesmo? Mas, bem, sou irmã adotiva da Jade e estive fazendo intercâmbio na Itália há 2.
   -- Ah, sim. Porque veio até no Madrecruz à minha procura?
   -- Queria ir com você para a casa da Vó, já que nunca estive lá.
   -- Só preciso buscar meu carro em casa. Bora?
...
   Cerca de 1 hora depois, a BMW de Molly e a caminhonete S10 de Chloe estavam estacionando numa área vazia e cheia de mato, a qual pertence à família. A casa de Vó Annie fica a cerca de meio quilômetro do local onde o estacionamento fica. Sendo assim, as garotas desceram e pegaram suas pequenas bagagens, seguindo o caminho adiante à pé.
   Bem no centro da fazenda se encontra um casarão antigo e bem cuidado. São mais ou menos 50 janelas maiores que uma pessoa, a qual cada uma delas representa um quarto, e estão distribuídas pelos dois andares da casa. O primeiro andar corresponde à cozinha rural e uma mesa de madeira extremamente grande, sendo este o andar que tem janelas de vidro blindex, dando uma excelente vista para toda a fazenda. O segunda andar corresponde às salas de visita e jogos. Por fim, o último andar, acima dos do quarto, é um sótão; onde só se tem as coisas que ninguém mais na casa tem tempo ou vontade de usar. Estende-se uma enorme varanda e uma escadaria para chegar a tal.
   Ao lado direito da casa vê-se ao longe animais pastando tranquilamente numa montanha. A fazenda se estende imensamente longe, deixando as vacas parecendo pequenas formigas pretas e brancas. Ao lado esquerdo da casa tem um lago fundo com uma ponte cruzando-o e dando entrada para uma videira, que, nesta época, está linda e cheia de cachos lustrosos.
   Bem na ponta da escadaria estão enfileiradas quatro garotas. Katherine, uma loira com cabelos encaracolados na ponta, meche distraidamente em seu celular. Suas unhas bem-feitas, seu lindo vestido rosa florido, sua pele extremamente branca e seus olhos azuis safira a faz parecer uma boneca de porcelana, com seus 17 anos. Ao seu lado, está Miranda: parda, grandes olhos castanhos escuros, um cabelo liso sedoso e 16 anos. Está com seus enormes óculos de grau quadrados e parece confortável em uma calça jeans surrada e uma blusa cheia de tinta. Louise vêm logo depois, a mais jovem de todas as presentes com seus 15 anos. É baixinho, um corpo bonito, cabelos cor de mel crespo e alto, olhos negros. Veste-se com uma camiseta pink, um short esportivo verde florescente e tênis azuis; em suas orelhas brincos laranjas e em seu pescoço um headphone amarelo-claro. Por fim, temos Jade. Uma garota ruiva com olhos verdes como as folhas de um pinheiro, prestes a completar seus 18 anos, vestida com um vestido preto simples. Ela é o tipo de mulher que com certeza faz você se sentir mais feia do que já é naturalmente, mas a própria não tem consciência de sua beleza.
   -- Jade! – grita Molly e corre para abraçar a irmã, que ri sem parar.
   -- Chloe, você já arrumou um namorado? Seu prazo acabou, fofa! – diz Louise, vindo na direção de Chloe.
   -- E você e o Jev? No que deu? – pergunta Chloe.
   Jev é um dos mais de 500 garotos que tentou se aventurar com Louise. Ela acaba por usar todos eles e jogá-los fora, como copos descartáveis. Jev, um branquelo nerd bonito, foi o que durou mais tempo ao lado da garotinha, se fosse comparar com os outros.
   -- Enjoei da cara dele. Cansei de conversar sobre física, animais nojentos e ver documentários. A única coisa que aquele menino sabia fazer bem é...
   -- Louise! – repreendeu Katherine. – Não assuste nossa prima.
   -- O que você achou que eu iria dizer? Chloe é mais velha que eu, com toda certeza sabe dessas coisas. Não finja de inocente, Katherine!
   -- Oi Chloe! Não escute as baboseiras que a Louise fala. Só porque ela é avançada, acha que moças civilizadas como você também são. – ela olha feio para a prima mais nova. – Jev foi o sujeito que mais durou nas mãos dela. 5 meses, eu acho.
   -- Quatro e meio. – diz Louise, como se aquilo fosse uma coisa boa.
   -- Faço ideia o que o pobrezinho passou nas suas mãos. – comenta Chloe.
   -- Como já disse, ele só sabia fazer uma coisa bem. O resto, fora o rostinho bonito, era um saco. – disse Louise.
   -- Mas suas notas cresceram em disparada enquanto estava com ele. – interveio Miranda. – Oi Chloe. Como tá?
   -- Bem, Miranda.
   -- Gente, quero apresentar a vocês minha irmã adotiva. – anunciou Jade. – Mellanie.
   -- Me chamem de Molly, por favor. – e sorriu.
   As garotas estavam colocando o papo em dia, ali mesmo, em pé na frente do casarão. Molly contava de como era sua vida na Itália, de como o estudo estava ótimo e de como todas as primas deveriam conhecer Roma, a capital do romance. Contou sobre tentar desenhar uma paisagem característica de lá e de que um pinto quase a matou pela sua “obra de arte”, dizendo que estrangeiros não sabem nem sequer desenhar.
   -- Crianças! Entrem, o tempo está fechando. – gritou Vó Annie da janela.
   Não tinham percebido mas havia escurecido drasticamente e se tratava de cerca de sete horas da noite. Vó Annie estava na cozinha quando desceram após acomodarem-se nos enormes quartos. O cheiro vindo do fogão à lenha era excepcional, afinal, Vó preparava frango. Tudo estava fabuloso!
   Na mesa de jantar, tiveram vários assuntos em pauta. Avó praticamente queria saber tudo da vida estudantil das netas e comentou que os primos iriam chegar no domingo pela manhã. Diante deste anúncio, Molly pediu licença.
   -- Gente queria perguntar se vocês vêem problema em eu chamar meu amigo para vir aqui. É que ele também veio da Itália para Coralina’s e ainda não tem onde ficar. – disse ela, extremamente sem jeito.
   -- Claro que pode! – disse Vó Annie. – Qual o nome dele?
   -- Basttian Rosale. Ele estava fazendo intercâmbio comigo mas nasceu aqui em Coralina’s.
   -- É bonito? – perguntou Louise, dando um sobressalto.
   -- Louise! – gritou Katherine. – Não seja indiscreta!
   -- Digamos que eu nunca reparei nisso, Louise, já que o considero como irmão. – respondeu Mellanie. – Vou mandar uma mensagem pra ele. Pode ser que chega ainda hoje, ok?
   O restante do jantar foi numa conversa agradável sobre músicas, estilos e formas de viver. Logo após isso tudo, Vó Annie se retirou para ir descansar e deixou a tarefa de arrumar a casa para as primas. Chloe parecia, como sempre, feliz. Decidiu que iria limpar as janelas enquanto as outras arrumaram diferentes tarefas naquele mesmo andar.
   Chloe nunca teve medo de altura. Sempre fora uma garota aventureira, porém, tímida. Certa vez, dependurara-se em uma árvore de ponta-cabeça. Caiu e teve alguns arranhões, mas nada sério. Já na escola, era uma garota completamente diferente, mesmo eu seu baile de 15 anos, quando seu primeiro namorado terminara com ela diante de todos, logo após a valsa. Logo depois disso, ela resolveu se refugiar no mundo das fotografias e dos estudos como colunista, onde até hoje permanece, mesmo após ter superado o ultraje com o chamado Edward.
   A garota literalmente se afastou de relacionamentos, só tem cabeça para sua fotos e seus estudos. Já recusou vários pedidos de namoros sem nem mesmo tentar conhecer os pretendentes, com medo de todos a desprezarem como o primeiro e último fizera. Ainda sonha, ironicamente, encontrar Edward e esfregar na cara dele o quanto ele perdeu.
   Agora, sentada na janela com um pano e um borrifador de água com desengordurante, Chloe limpa incansavelmente o vidro até ficar lindamente lustrado. Louise, que passa pano por perto, de repente gruda o corpo na janela, enfiando-se na lateral de Chloe.
   -- Que carro é aquele? – indaga.
   Olhando de dentro da casa, mesmo à incansável distância em que se fica a garagem, vê-se um par de faróis acesos. Todas as garotas grudam na janela para tentar descobrir que carro é. Porém, na escuridão, é praticamente impossível distinguir alguma coisa além do fato de ser dourado. Poucos minutos depois, os faróis se apagam e desce uma figura escura e encapuzada do carro. Essa figura vem em direção a casa. Quando está numa distância que as luzes da varanda alcançam, Mellanie dá um salto e vai correndo até a porta. Abre-a sem pensar duas vezes e abraça a figura, um garoto.
   -- Basttian! – diz Molly, com a cabeça enterrada no pescoço do garoto.
   Ele passa os braços pela cintura dela e a aperta contra o corpo, depois dá um beijo estalado em sua bochecha. O garoto veste-se inteiramente de preto: jeans, coturnos e uma blusa de malha com capuz. Quando tira o capuz, todas as garotas presentes, principalmente Louise, viram-se. Basttian tem a pele branca, o cabelo num corte chanel bagunçado e negro, olhos cinzentos e incrivelmente bonito.
   -- Essas são Chloe, Louise, Miranda e Jade, minha irmã. – apresentou uma Molly radiante. – Meninas, este é meu amigo Basttian.

   -- Oi meninas. – ele sorri, sem jeito. 

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