Fanfic: Magic Dreams - Capítulo 9

   Antes de acordar, Clarissa ouviu Austin e Theodore conversando. Estranhou pois ainda sentia os braços de Theodore envolta dela. Como sempre, esperou um pouco para abrir os olhos, para não parecer um zumbi. Aproveitou para escutar um pouco do papo.
   -- Eu sabia o tempo todo que você era um lobo. - disse Theodore.
   -- Eu sabia que você era vampiro porque você era o único deste quarto que não tinha batimentos cardíacos. - disse Austin e foi aí que Clarissa começou a reparar. Ela estava com o ouvido bem perto do peito de Theodore e, não havia batimentos. Só uma pele gelada. - Agora, além de você, a menininha também  não tem batimentos cardíacos.
   -- É. - disse Theodore. - Bom dia, linda. Sei que você está acordada.
   -- Bom dia. - abriu os olhos. - Desculpe mas, quantas horas são?
   -- 7 e meia da manhã. - disse Austin. - Bom dia.
   -- Bom dia. - disse Clarissa, sorridente. Ela endireitou o corpo, agora sentada, mas ainda abraçada por Theodore.
   -- Se incomoda se eu não te soltar? - perguntou ele.
   -- Não - ela riu.
   -- Gente, vou ir encontrar com as meninas lá na cantina. - disse Austin. - Até. - saiu deixando somente Theodore e Clarissa.
   -- Vou tomar um banho. - disse Clarissa e se levantou.
   Entrou no banheiro e, hoje, ela iria usar um vestido preto e rosa, uma botinha preta e um batom rosa. Não ia colocar nada em seus cabelos. Terminou o banho rapidamente e, quando saiu, Theodore também já tinha tomado um banho. Usava um calça jeans preta e uma blusa preta & cinza de manga cumprida. O dia estava meio frio, então Clary pegou um casaquinho pequeno rosinha.
   Não esperaram muito tempo e entraram em um beijo. Clarissa não queria parar por nada nesse mundo mas, como o azar bate a porta... Diretora Morgana entrou no quarto sem que vissem e logo arranhou a garganta.
   -- Senhor Schildery e Senhorita Smith - chamou. - Separem-se. - obedeceram. - O que vocês estavam fazendo?
   -- Beijando meu namorado - respondeu Clarissa.
   -- Beijando minha namorada - respondeu Theodore.
   -- Não quero ver essa cena novamente.
   -- É só bater na porta antes de entrar, diretora. - respondeu Clarissa.
   -- Você está bem afiada hoje, não é Senhorita Smith? - disse Morgana.
   -- E você deve estar com tpm. - disse Clarissa. - Se não se importa, temos aula agora. - pegou Theodore pelo braço e saiu do quarto.
   -- Clary, você é doida. - disse Theodore rindo. - Que mulher chata, né? Parece que nunca viu alguém beijado.
   -- Verdade - disse Clarissa rindo. - O que você vai fazer no fim de semana?
   Era uma sexta-feira e, durante os fins de semana, os alunos podiam sair do colégio. Nos anos anteriores, Clarissa costumava ficar dentro do colégio estudando ou lendo algumas revistas. Depois de muito pensar, Theodore respondeu.
   -- Vou ter que ir lá pra casa. Meus pais vão ficar fora o dia inteiro então tenho que ficar lá cm Alissya e fiscalizando os funcionários. E você?
   -- Ou aqui no colégio ou trancada em meu quarto.
   -- Vai lá pra casa comigo. - disse Theodore. - Por favor! - implorou.
   -- Se eu sair do colégio, não vou poder voltar até ser segunda. E se eu for lá pra casa, a mesma coisa.
   -- Dorme lá em casa. - sugeriu Theodore.
   -- Tá louco? Teu pai me odeia!
   -- Não estou nem aí pra ele. - disse Theodore - Com certeza ele não vai fazer nada com você enquanto eu estiver perto. E pode ter certeza que vou ficar perto de você o tempo todo!
   -- Okay. Vamos logo para a aula.

...

   Passando mal, Vitória resolveu sair do colégio mais cedo. Foi diretamente para sua casa, na esperança de ter alguma coisa para fazer ou encontrar sua irmã de bom humor. Chegando lá, quem atendera a porta foi Clisdara.
   -- Oi Vicky. Por que saiu mais cedo?
   -- Não estava me sentindo bem.
   -- Ah. Quero lhe apresentar minha nova amiga. Se chama Soraia. - disse Clisdara. - Ela é uma das irmãs Smith!
   -- Ah, ela é irmã de uma colega de quarto minha, a Clary.
   Com isso, Vitória foi seguindo sua irmã até o quarto da mesma. Lá estava Soraia: loira como Clarissa, só que com cabelos maiores; olhos azuis quase pretos; e roupas incrivelmente lindas (um short-saia africano + blusa rosa-choque).
   -- Você é amiga da minha irmã mais nova, né? - disse Soraia.
   -- Sim. Prazer. É... com licença, preciso falar a sós com minha irmã. - com isso, Soraia saiu e foi sentar-se na sala.
   Vitória não estava se sentindo muito bem. Sentia como se soubesse que alguma coisa ruim iria acontecer. Não sabia com quem; onde; ou como. Só sabia. Como Clisdara tinha o dom do presságio, resolveu perguntar logo de cara:
   -- Clis, por favor, me ajude. - disse e contou tudo o que estava sentindo.
   -- Vicky, não vai acontecer nada com nós. Mas vai acontecer com uma amiga sua. Não sei qual delas mas, tente protegê-las.

...

   Era final do dia e Clarissa estava a poucos quilômetros da casa de Theodore. Ambos estavam no belíssimo camaro preto e íam conversando sobre coisas aleatórias até que Alissya remexeu no colo de Clary. Quando abriu seus olhos, eram vermelhos e famintos.
   -- Clary, me dê Alissya. Não é bom ela sentir cheiro de sangue no momento. Não até chegar em casa. - disse Theodore e pegou a pequenina no colo.
   -- Ela está com fome de sangue, correto? - Theodore assentiu. - Na sua casa vocês tem um... am... "estoque" de sangue?
   -- Não. Simplesmente saímos e caçamos algum animal. - deu de ombros.
   -- Pensei que vocês se alimentassem de sangue humano. - disse Clarissa.
   -- Às vezes, sim. Mas eu não gosto de matar humanos. Me sinto menos culpado matando animais. E, sim, eu já tomei sangue humano. - disse Theodore, respondendo a pergunta não dita de Clarissa. - Porém, - continuou - Alissya não está acostumada com sangue humano tão perto dela. Não quero arriscar sua vida! - Ambos, calaram-se: haviam chegado na mansão Schildery.
   Ao entrar, mesmo não sendo pela primeira vez, Clarissa sentiu como um coelho que acabara de entrar na toca de seu predador. Tinha medo daquela casa e das pessoas que viviam ali, exceto Theodore. Correu seus olhos pela casa e avistou, ao pé da escada, uma menina que aparentava ter sua idade. Ela tinha cabelos pretos e a pele branca; usava um vestido gótico roxo e preto; tinha olhos azul-escuros; e vinha caminhado em direção à Clary, Theodore e Alissya.
   -- Olá, querido. - saudou ela e pegou Alissya no colo. - Quem é a humana?
   -- Olá, Safira. Está é Clarissa, minha namorada. - respondeu Theodore. - Clary, essa é Safira, uma velha amiga minha. - apresentou.
   -- Não sabia que você agora prefere namorar humanas... - disse Safira, ríspida. - Mas o sangue dela não é mais como o de um humano qualquer. Já se misturou. Tadinha! - zombou e saiu andando com Alissya no colo.
   -- Safira fala como se tivesse nascido vampira. - disse Theodore. - Vamos subir. - pegou a mão de Clarissa, que ainda estava mentalizando as palavras de Safira.
   Como assim "já se misturou"? O que fazia dela diferente de um outro humano qualquer? Entrou no quarto de Theodore ainda com isso em mente e estava praticamente no 'piloto automático'. Sentou-se na cama dele e, o mesmo, saiu do quarto com a intensão de ir até sua mãe.
   Depois de uns 10 minutos, Safira entrou no quarto.
   -- Você vai dormir onde, humana? O pai de Theodore me deixou ficar no quarto de visitas... - provocou.
   -- No mesmo lugar onde estou. - disse Clarissa, calmamente, sentando-se na cama de Theodore. Safira a olhou ameaçadora e mostrou as presas. Por mais que Clary tivesse medo, não iria demonstrar. - Isso não me assusta. - pegou um livro e tentou se distrair com as palavras que mais pareciam um borrão.
   -- Mocinha, vou te contar uma história. - disse Safira e, em seguida sentou-se ao lado de Clary. - Eu tinha exatamente 14 anos quando me transformei em vampira. Por conta disso, aparento ter essa idade ainda mas, tenho 16. Quem me transformou foi seu namoradinho. Acredite, eu não tenho a menor dificuldade em lhe deixar com uma uva passa, sem nem uma gota de sangue em seu corpo, e, só não farei isso se você sair da vida das pessoas dessa casa! Sair do posto de "namoradinha do vampiro" porque este posto é M-E-U!
  Foi aí que Clarissa entendeu: Safira queria ser namorada de Theodore. E isso ela não iria conceder à vampirinha.
   -- Sinto muito, querida Safira. Mas, infelizmente, este posto você perdeu. - disse Clarissa, colocando ênfase na última palavra. - E à propósito, eu não tenho medo de você. Pode me morder se quiser: não ligo. - essa foi a gota. Saiu do quarto deixando Safira encarando o nada.
   Desceu as escadas e acabou encontrando Theodore na sala-de-jantar. Ele estava ajudando uma empregada a colocar o jantar na grande mesa. Se aproximou dele e lhe deu um susto. A empregada riu.
   -- Não é admissível assustar um vampiro. - disse a empregada rindo. - Tinha que ser ao contrário - gargalhou, deixando visíveis as suas presas. Pronto! Agora Clarissa tinha concluído que não um havia um sequer humano naquela casa além da mãe de Theodore, Larissa.
   -- Por que tem apenas 5 pratos na mesa? - perguntou Clarissa, curiosa. Havia cerca de 12 cadeiras e apenas 5 pratos. Era um mistério!
   -- Além dos empregados, tem somente eu, você, Safira, o irmão de Safira e Alissya na casa. Fora que você é a única que tem uma refeição normal. - disse Theodore.
   -- Oh, sim. - disse Clary.
   Enquanto se distraía ajudando os demais a arrumar a mesa, uma pessoa chegou na sala. Clarissa certamente não conhecia mas, pelo jeito, era o irmão de Safira. Não aparentava ter mais que 15, assim como a irmã. Era extremamente branco, cabelos pretos, olhos azul-escuros e vestia-se em jeans + camiseta preta.
   -- Olá! - disse Theodore. - Há quanto tempo não o vejo. Como está?
   -- Bem, na medida do possível. Com alguns problemas que depois lhe conto. - disse o garoto. - Olá Marly! - disse à empregada. - Como vão os filhos?
   -- Bem, senhor Winsey. - disse Marly. - Dêem-me licença. - saiu.
   -- Quem é a moça bonita? - disse o garoto, olhando de Theodore à Clarissa.
   -- Sou Clarissa. Prazer! - disse.
   -- Sou Thiago Winsey, irmão de Safira. Provavelmente você já conheceu ela. - estendeu a mão à Clarissa e beijou a mão dela. Clarissa vislumbrou o olhar de Theodore e viu a raiva passando neles.
   -- Am... Clary, poderia vir comigo? - disse Theodore. Clary o seguiu até seu quarto. - Sabe, Thiago é uma ótima pessoa, chega a ser melhor que Safira, mas mesmo assim não gostei nem um pouco daquele beijo na sua mão.
   -- Deixa de ser bobo, Theo. Foi só um cavalheirismo. Você não deve se importar. Ei, me desculpe mas quantos anos ele e Safira têm?
   -- Respectivamente, 15 e 16. Ambos são vampiros: Safira transformou o irmão quando virou uma.
   -- Hoje ela ameaçou me morder. Não liguei. Simplesmente a deixei falando.
   -- Clarissa, cuidado, por favor. Vamos voltar para a sala de jantar.
   Quando chegaram lá de novo, todos estavam na mesa e Thiago iniciou o assunto sobre se Clarissa era humana ou vampira, por seu sangue cheirava como o de ambos. Clarissa lhe respondeu que era humana, ciente, é claro, do risco de falar isso naquela casa. Safira, mais uma vez, mesmo que quase imperceptível aos outros da mesa, mostrou à Clary suas presas manchadas com o sangue de sua refeição: um bolo como um de chocolate só que sangrento.
   Logo após o jantar, Thiago e Theodore foram jogar vídeo-game na sala-de-estar; uma criada levou Alissya para dormir; e Clarissa foi para o quarto de Theodore. Estava sentada lá, já com o seu típico "pijama", lendo um livro, quando Safira entrou. Mal esperou Clarissa reagir e já cravou os dentes em seu pescoço. Clarissa sentia a dor da picada percorrer todo o seu corpo e, a cada vez que perdia sangue, sua visão ia apagando, seus batimentos cardíacos mais lentos... E então, apagou.

Continua...

Olá, meus leitores. Mil e setecentas desculpas pelo meu sumiço. Antes de falar sobre isso, gostaria de lhes dizer: agora eu tenho 14 anos!!! Meu aniversário foi na última sexta. Tô muito feliz. Enfim, agora falando sobre a fic... Eu sei que vocês estão com vontade de matar duas pessoas: eu e a Safira. Kkkkk'. Sei que também devem estar meio "wtf?" com o Thiago e duvidosos sobre o porque de eu ter colocado um pedacinho de nada narrando a Vitória. Mas já já irão entender. Comentem! Beijocas.