Fanfic: Magic Dreams - Capítulo 6

   -- Clarissa.
   -- Oi.
   -- Posso te fazer uma pergunta?
   -- Pode.
   -- Quer namorar comigo?
   -- Claro!
   -- Awn, o que aconteceu com o casalzinho enquanto estávamos fora? - perguntou Vitória.
   Eram 5 horas da manhã. Todos estavam acordados, arrumados e somente esperando o horário das aulas começar. Clarissa não desgrudava de Theodore e Austin estava achando aquilo estranho. A pergunta de Vitória foi exatamente o que ele queria saber e, Theodore e Clarissa trocaram olhares nervosos antes de responder.
   -- Eu só falei uma verdade para a Clary. - disse Theodore.
   -- Podemos saber qual é essa tal verdade? - perguntou Chloe.
   -- Isso. - Theodore mostrou suas presas.
   -- Perai... você é vampiro? Essas presas só podem ser de mentira porque senão, como você explica o fato de poder andar no sol? - disse Chloe.
   -- Sou um Diurno, que quer dizer "vampiros que podem viver como humanos porém se alimentam como vampiros". Existem vários Diurnos no mundo. Me surpreendo em saber que vocês nunca conheceram um. - explicou.
   -- Clarissa, você é louca de namorar um vampiro? - brincou Vitória. - Imagina só: qualquer dia é mordida no meio de um amasso. - todos começaram a rir.
   -- Vish, é verdade. Como não pensei nisso antes?! - disse Clarissa rindo.
   -- Você me deu uma ótima ideia, Vitória. - falou Theodore. - Vou fazer isso!
   -- Duvido! - tentou Clarissa.
   -- Olha a confiança da menina, - disse Austin - oh my god - fez voz de viado, provocando risos em todos.
   Neste momento, o celular dele tocou: número desconhecido. Sentiu um pressentimento e resolveu atender.
-- Alô? 
-- Austin? É o Zach. 
-- Fala, mano. 
-- Achei a Carla. 
-- Onde? 
-- Aqui no jardim. Tá desmaiada e muito pálida. 
-- Ok. Vou falar com os outros e estamos indo para aí. - desligou. 
   -- Tem outro Diurno no colégio. - comentou Theodore.
   -- Zach achou a Carla. Disse que ela está no jardim desmaiada e parece muito pálida.
   -- Ah, não. - resmungou Theodore.
   -- Que foi, Theodore? - perguntou Clarissa.
   -- Alguém transformou a Carla em Diurna. Vamos rápido antes que ela acorde.
   -- Porque? - perguntou Chloe.
   -- Quando Diurnos acordam, sentem sede. Como ela é nova nisso tudo, vai beber sangue da primeira coisa viva que achar, então, é bom irmos antes que ela mate o próprio namorado. - explicou e todos saíram voando de dentro do quarto.
   Quando chegaram ao corredor, Diretora Morgana os parou. Austin queria empurrar a mulher de sua frente mas não podia porque ela era a diretora. Pediu apenas licença e todos passaram correndo até o jardim.
   Quando chegaram ao jardim, Carla estava sentada, escorada numa árvore e abraçada com Zach. Piscava rapidamente e seus olhos percorria todo o território, como se nunca tivesse o visto. Quando viu o grupo de amigos, abriu um sorriso literalmente vermelho e mostrando apenas as presas brancas. Levantou-se e foi correndo até Vitória.
   -- Amiga! - disse. - Pensei que eles tivessem feito experiências em você também... Ei! Você está com cheiro de cachorro. - falou, confusa.
   -- É... depois te conto sobre, ok? Como está se sentindo?
   -- Diferente, mas bem.

...

2hrs depois

   A diretora decretou que hoje no turno da tarde todos os alunos poderia sair do colégio e fazer o que quiserem mas teriam que voltar antes das oito horas da noite.  Com isso, Clarissa recebeu um "convite" de Soraia para que fosse tomar café-da-tarde em casa.
   -- Theodore, o que você vai fazer de tarde? - perguntou Clarissa, ainda segurando o bilhete que recebera de sua irmã.
   -- Não sei. Provavelmente aproveitar para estudar. - respondeu ele.
   -- Quer ir comigo tomar "café-da-tarde" lá em casa? - disse Clarissa. - Vou acabar ficando lá sozinha com minhas irmãs me pondo pra baixo.
   -- Eu gostaria de ir sim mas, você tem certeza que é uma boa ideia sua irmãs conhecerem seu primeiro namorado?
   -- Elas nem ligariam. E uma delas, Soraia, acha você gato. - disse. - É daquele tipo de menina chatinha que é mais rodada que pratinho de microondas.
   -- Como você fala isso de sua irmãzinha do coração? - ironizou Theodore. - Okay, okay. Eu vou com você.
   -- Eba! - exclamou Clarissa. - Vou ir lá no corredor do 3º ano ver o que minha irmã está fazendo de interessante e tentar conseguir o telefone de minha outra irmã. Até daqui pouco. - deu um beijo estalado em Theodore e saiu.
   Os corredores do colégio eram grandes e repletos de quartos. Para os alunos do 3º ano, não era um quarto para 5, como os anteriores: era um quarto para cada dois. E, sempre, menina dividia quarto com menina  e menino dividia quarto com menino. Clarissa achava essa regra boa para sua irmã, que dava em cima de praticamente todos os meninos bonitos que via. Nesse momento, lhe bateu um ciúme: sua irmã provavelmente ia dar em cima de Theodore. E, se ela fizesse isso, iria apanhar muito.
   Chegando ao quarto de Soraia, bateu a porta. Soraia a abriu com um sorriso e deu passagem para Clarissa entrar.
   -- Clary... você está diferente. - disse Soraia. - Tem alguma novidade?
   -- Não estou diferente, Soraia.
   -- Está mais arrumada, mais iluminada, com um olhar divertido e não com aquele olhar de tédio que você tinha.
   -- Ah. Pode até ser. Tenho uma coisa para te contar e uma pergunta a fazer. Posso? - disse Clarisa indicando o mini-sofá existente no quarto. Se sentaram e ela começou a dizer. - Bom, a coisa que eu tinha a te contar é que estou namorando.
   -- Aaaahh que perfeito! Parabéns. Eu disse que você estava diferente. É por isso! - disse Soraia dando pulinhos e batendo palmas. Quem é o menino?
   -- Aquele que eu te mostrei outro dia. Theodore.
   -- Awn, que divo! Agora faça a tal pergunta que você tinha para fazer.
   -- Ele pode ir comigo no café-da-tarde hoje?
   -- Não só pode como deve.
   -- Ufa. Pensei que você não iria deixar. Estou com medo da reação de papai.
   -- O coroa vai levar numa boa, tenho certeza. Mana, mas faz quanto tempo que você e ele estão namorando?
   -- Ele me pediu em namoro ontem. - mentiu Clarissa.
   -- Ain, que fofo. Vá se arrumar porque daqui a pouco eu estou indo lá pra casa. Não quero ter que ficar esperando você e Alice um século lá, ok?
   Com isso, Clarissa foi até seu quarto. Chegando lá, viu Theodore lendo um livro e bebendo mais uma garrafa de sangue. Quando ela entrou, ele colocou um marcador no livro e colocou-o de lado.
   -- Ainda tenho que me acostumar com você bebendo sangue. - disse Clarissa.
   -- Nem precisa se acostumar. Detesto ter que tomar esse treco. - disse Theodore sorrindo.
   -- Você é igual a Carla? Tipo, transformaram você em vampiro?
   -- Não. Eu nasci assim.
   -- Quer dizer que seu pai e sua mãe são vampiros?
   -- Na verdade, não minha mãe. Só meu pai mesmo. Qualquer dia levo você para conhecê-los. - disse e Clarissa sorriu.
   -- Vou ir me arrumar. - disse Clarissa e foi até o um dos guarda-roupas.
   Pegou um short jeans claro curto, uma camiseta azul-bebê, roupas íntimas e um laço azul com branco para por no cabelo.  Foi para o banheiro e tomou seu banho pensando no que Theodore havia falado: seu pai era vampiro, sua mãe não. O filho deles era um Diurno. Aí sim ela entendeu: Theodore era diurno porque tinha sangue humano (podia sair de dia)  e sangue de vampiro (precisa de sangue para sobreviver). Será que se um dia ela tivesse um filho com um vampiro ele também seria um diurno? Diurnos crescem ou ficam paralisados em certa idade? Será que Theodore envelhecia ao mesmo tempo que ela? Como será ser um vampiro, tendo que beber sangue como refeição? Theodore tinha pulsação? Eram muitas perguntas e ela não tinha resposta para nenhuma delas.
   Vendo que já estava no banheiro a cerca de 30 minutos, resolveu se vestir e sair. Theodore estava no mesmo lugar de quando ela entrou no banheiro, porém já arrumado. Vestia um jeans preto, blusa do Iron Maiden, correntes, anéis e braceletes pratas.
   -- Que lindo, hein. - disse Clarissa, chamando a atenção do menino.
   -- Eu sou lindo, Clary. É um fato! - disse Theodore com um sorriso. - Você está um pedaço de mal caminho hein. Linda.
   -- Obrigada. Ei, acredita que minha irmã rabugenta estava muito legal comigo hoje? - disse Clarissa rindo. - Até estranhei. Ela disse que estou diferente.
   -- Eu hein. Não vejo nada de diferente em você. Continuo vendo o que vi quando te conheci: uma loirinha linda e inteligente.
   -- Obrigada, de novo. Vamos?
   -- Sim. - levantou.

Continua...